Professor de educação física,
mestre de artes marciais e escritor.
O criador da trilogia Nocturnus é o convidado do mês de Janeiro, do 100% Fantasy.
Uma sociedade secreta, uma guerra
entre o bem e o mal, entre o puro e o impuro. Um mundo de criaturas místicas,
com sentimentos muito humanos. Este é o universo que o Rafael criou, o universo
de Nocturnus.
O escritor deu uma agradável
entrevista ao 100% Fantasy, onde nos conta um pouco sobre ele próprio e a sua
obra literária.
Entrevista
Sabemos que começou a escrever muito novo, principalmente poemas.
·
Sobre o que escrevia, na altura?
Sim, de facto as minhas primeiras
memórias de escrita, ainda no primeiro ciclo, são quadras de amor, de um amor
não correspondido naqueles romances com as raparigas mais "giras" da
turma. Creio que a maior parte de nós passou
por esta fase.
Mais tarde a poesia tornou-se mais
complexa e em adolescente, mais soturna, quase ultra-romântica o que abriu
porta à descoberta do protagonista de Nocturnus.
Nuna entrevista à There Was a Storie, em 2010, disse que quando lia
livros como os de Anne
Rice, Bram Stoker, Polidori, sentia que lhes faltava algo.
· Hoje, já consegue descrever exatamente o que
faltava ou a busca continua?
Percebo agora que o que faltava era ser eu a
contar a história. Era a necessidade de criar um universo com as minhas regras
e os meus personagens.
Agora, depois deste primeiro arco
Nocturnus terminado, sinto-me satisfeito e feliz.
É um amante do gótico na sua vertente romântica.
· Quando e como descobriu este gosto em particular?
· Quem é Daimon (DelMoona)?
Ao certo não tenho memória de como ou
quando nasceu este gosto. Sei que foi na adolescência e que foi crescendo à
medida que descobria os autores acima citados, sem negligenciar, claro, a influência da
música.
Acredito que todos nós temos duas faces,
uma lunar e outra solar. No meu caso, o "Rafael" é o professor, o
treinador, a pessoa que se dá ao outros. É a minha faceta solar.
Por outro lado, "Daimon
DelMoona", sendo o meu alter-ego, é a minha faceta lunar, recatada,
sombria e ultra-romântica.
Memórias de um Vampiro foi inicialmente publicado em edição de autor,
em 2007, sendo posteriormente editado pela Editora Presença em 2009. Ascenção
de Arcana e Redenção, publicados em 2010 e 2011, respetivamente, completaram a
triologia.
· Foi um dos autores a editar livros sobre a
temática de vampiros antes do fenómeno Crepúsculo. O que trouxe este fenómeno
de bom e de mau para a literatura do género?
Na minha opinião, até então a literatura deste género era reservada para o
público de uma faixa etária mais velha. O mito do vampiro é complexo e trás com
ele muitas coisas subliminares - julgo eu - perceptíveis apenas para estas
idades. Este fenómeno veio dinamizar este mito; simplificá-lo e dar a conhecer
a sua vertente romântica de um modo diferente.
Podia falar-nos um pouco sobre ela?
Sim, o Tomo III além da edição normal,
foi publicado também numa edição de luxo.
Esta edição contém um Dvd que mostra o
universo Nocturnus pelos olhos de três artes diferentes: Cinema, Música e Banda
Desenhada.
Foi um privilégio poder executar e
dirigir com a Editorial Presença esta edição especial. Pude trabalhar com o
produtor do "Second Life" e "Crime do Padre Amaro" na
criação da Curta-metragem Nocturnus. Na Música, a banda sonora foi criada pela
banda Witchbreed. "In Memoriam Nocturnus" conta com 4 faixas: uma
inspirada no Prólogo da obra e as restantes em cada um dos livros da trilogia.
A Banda Desenhada mostra a história de Tiriel, inspirada também no prólogo de
Nocturnus - o início deste universo.
Este produto é o fechar de um ciclo de
uma forma maravilhosa.
Algumas das personagens de Nocturnos são inspiradas em amigos seus.
·
O que pensam eles disso?
Todos eles ficaram muito satisfeitos por
saber que iriam participar nesta aventura, pois inicialmente tudo começou em
contos dirigidos apenas para eles, mas que mais tarde se tornaram em Memórias
de um Vampiro.
Foi um processo engraçado, talvez um
pouco menos quando lhes telefonava a horas menos decentes a perguntar como
reagiria o seu personagem em determinada situação. No fundo, era quase um jogo
no qual retratava os seus próprios alter-egos e revê-los agora nas páginas da
Trilogia deixou-os muito satisfeitos e orgulhosos.
É o mentor do projeto “Descobrir
Novos Autores”.
· Como surgiu este projecto?
· O que mais o tem cativado no projeto?
Descobrir Novos Autores surgiu para
colmatar uma falha que eu próprio senti. Em 2005 com o primeiro livro
terminado, querendo publicar, não havia qualquer plataforma privada ou pública
que me orientasse, me guiasse pelo processo de divulgação e publicação. Tive de
desbravar terreno pelas próprias mãos e aprender por tentativa e erro.
Depois de publicado pela Editorial
Presença fui contactado por vários autores na mesma situação. Deste modo, criei
então o Descobrir Novos Autores, uma plataforma que apoia e divulga novos
autores que tentam dar a conhecer as suas obras.
O que mais me cativou neste projecto foi
a qualidade dos trabalhos que há por descobrir. Há obras muito boas por aí, mas
que infelizmente ainda não chegaram aos grandes aos livreiros.
Lamentavelmente, por motivos
profissionais, o Descobrir Novos autores está em fase de dormência. Um novo
ciclo está ainda por data a determinar.
Sabemos que está na fase final de preparação de um novo livro.
·
A nossa curiosidade está a transbordar….O que
nos pode revelar?
·
Projetos para o Futuro?
Projecto para o futuro será terminar
este livro que está na fase final, mas que infelizmente, mais uma vez, por
motivos profissionais, tem sido muito difícil acabá-lo.
Posso adiantar que se passará no mesmo
espaço físico em que decorre a narrativa de Nocturnus, mas no futuro e a acção
será centrada nos humanos. Haverá contudo um personagem da Trilogia que será
reconhecido pelos fãs Nocturnus, que faz a ponte ente as duas obras.
Não será mais um livro Nocturnus, mas
terá um travo dele.
O 100% Fantasy agradece ao Rafael
Loureiro pela sua simpatia e disponibilidade e deseja-lhe muito sucesso.
Para o Rafael e para todos os
leitores deste blog, desejos de um ano muito feliz e
cheio de livrinhos bons J
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Fontes
(consultadas em Dezembro de 2014)
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