O
que pode acontecer quando aliamos terror, fantasia, romance, muita aventura e
dura crítica social? O resultado só pode ser um livro que nos dá a volta às
entranhas, despertando os nossos sentidos para o mundo que nos rodeia. Um livro
que nos faz espreitar debaixo da cama antes de nos deitarmos, ao mesmo tempo
que nos leva a sorrir recordando a doçura do amor adolescente.
Autor:
António Parada
Editora:
Mosaico de Palavras
Data
de Publicação: Agosto de 2015
1ª
edição
Páginas:
277
ISBN:
978-989-8682-39-0
A história começa
quando um grupo de adolescentes de diversas nacionalidades, se aventura nas
zonas mais íngremes e inexploradas da Serra do Gerês, em busca de uma lendária
caverna, "A Caverna do Diabo". Uma aventura que corre muito mal e
termina numa chacina, de onde apenas Leonor consegue sobreviver. Dada como
louca, a jovem é internada, regressando dois anos depois para se juntar ao
primo e ao seu grupo de amigos metaleiros (Rita e Ricardo).
Curiosos por
desvendar as maravilhas sobrenaturais daquela gruta, o grupo procura respostas
no legado do avô Miguel. Poderá ele ajudá-los, mesmo depois de morto?
Durante a história
são-nos introduzidos conceitos duros e crus, como a discriminação social, a
depravação dos órgãos religiosos e a monstruosidade da pedofilia.
O autor manifesta
grande coragem ao abordar estes temas tão sensíveis num livro de fantasia,
demonstrando não ter qualquer medo de chocar os seus leitores. As descrições
tornam-se mais elaboradas, pesadas e chocantes ao longo do livro, que vai
adquirindo uma vertente mais negra com o decorrer da acção.
A minha classificação
geral
O que menos gostei no livro
O aspeto que menos gostei no livro foi o facto de que, nem sempre, o vocabulário empregue pelas personagens condiz com a sua posição social e educação. Tomemos o exemplo do coveiro, que nos é apresentado como uma pessoa rude e de pouca instrução, mas que a certa altura diz a seguinte frase: " Ora, dei uma volta para confirmar se alguém tinha ali entrado para furtar alguma coisa, embora, na minha opinião, não existisse ali nada de valor para ser furtado. Deambulei pelas duas arrecadações e, de facto, à primeira vista, não faltava nada."
O que mais gostei no livro
Apesar da personagem
de José Sacramento tratar-se da representação do ser mais abominável à face da
terra, é na minha opinião a personagem mais bem construída do livro.
Uma personagem que
choca o leitor, levando-o a odiá-lo fervorosamente, como se se tratasse de uma
pessoa real.
Adorei, também, a
ilustração da capa e contracapa do livro. Tem um design apelativo e forte, que
nos remete para o lado mais obscuro da obra.
Leiam, ainda, a entrevista ao autor de "Adão e Eva" aqui:
Até Breve e... Boas Leituras!
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